QUESTÃO DE GÊNERO.

Se derramando em chuva feito benção dos céus
Trazendo paz e calma, feito um lago, rio ou oceano em dia claro
Banhando em plenitude, tal qual cascata que envolve e comove
Você, mulher. Você, água. Sacia a minha sede de vida.

 

Meus amigos e amigas das águas.

O 8º Fórum Mundial da Água realizado em março de 2018 na cidade de Brasília, através dos diversos colaboradores que ajudaram a REBOB a organizar o Fórum Cidadão, apontou um grande desafio que é o de ampliar a comunicação e informação através dos mais variados segmentos da sociedade que atuam na gestão participativa e compartilhada dos recursos hídricos, destacando-se primordialmente o valor da inserção da mulher neste processo.

Nos vários ambientes que discutiram diretamente esta participação da mulher na gestão de nossas águas, uma unanimidade: ela é essencial.

Neste escopo, como o objetivo maior do trabalho em rede desenvolvido pela Rede Brasil de Organismos de Bacias Hidrográficas é integrar todas as ações exitosas e soluções para a água no território nacional, mantendo interface com outras experiências internacionais de boas práticas de gestão compartilhada e participativa dos recursos hídricos, estamos este mês lançando em nosso site o REBOB MULHER.

Este espaço será um ambiente que terá um time fantástico de mulheres que irão colaborar com a divulgação de experiências e de engajamento que demonstrem a vital importância da mulher na gestão das águas. Mais que isto, será um espaço aberto de debates e de inclusão que possa mostrar a presença da mulher como poder decisório e de empoderamento na área de recursos hídricos.

O cenário atual mundial aponta que muito precisa ser planejado e construído para que se possa ter garantia de água para a humanidade nos próximos anos. Há regiões no planeta onde a situação hoje já é praticamente irreversível no que concerne a segurança hídrica. Neste desenho, torna-se ainda mais urgente o equilíbrio nas decisões e nos projetos.

Assim, quando verificamos que o peso da participação da sociedade é primordial quando se trata de planejar uma bacia hidrográfica, nosso esforço para uma participação maior das mulheres neste processo passa a ser decisivo.

Estatisticamente, hoje no Brasil, em especial nos Comitês de Bacias Hidrográficas, podemos apontar que temos perto de 30% de participação das mulheres. É pouco. Da mesma forma que se luta para uma inserção maior das mulheres na política, o mesmo deve acontecer nos processos de gestão das águas.

Mulheres são guerreiras.
E sua força deve ser mobilizada para nossa causa.
Para o cuidar das águas.

E não é só uma questão de gênero.
É a conquista da certeza de melhores resultados.

 

Lupercio Ziroldo Antonio

Presidente da REBOB e Secretário Técnico
Permanente da Rede Latino Americana de
Organismos de Bacia é também Governador
Honorário do Conselho Mundial da Água